Outro dia vi uma notícia que
relatava o uso de trabalho escravo em fábricas de smartphones. E pensei:
"como existe escravidão até hoje?". Pois é. Ainda convivemos com esta
e milhares de outras barbaridades por aí. Os casos dos varejos de moda são
famosos. Zara, Collins, Gregory e recentemente Riachuelo (só pra citar exemplos
brasileiros) tiveram seu nome envolvido com trabalho escravo, pela prática
exercida por seus fornecedores diretos.
Mas a pergunta que eu me fiz
estava errada. A certa é: "Como podemos ajudar a mudar esse
cenário?". Se você não quiser fazer dessa uma cruzada na sua vida (o que
seria demais! Imagina você ser responsável pelo fim da escravidão? Demais.),
você pode votar pelo fim das práticas. É só parar de comprar dessas marcas.
E se você pensar "mas se eu
deixar de consumir vai fazer alguma diferença? Compro 2 calças por ano, isso
não quebra ninguém", lembre-se que você não deixa de votar para
presidente, mesmo o seu sendo 1 entre 141 milhões de votos. Estamos falando
daquele barulho silencioso das massas, cujo som não pode ser ouvido se o grito
sair sozinho, mas que estoura tímpanos e muda culturas se o coro for forte.
Nossas decisões de consumo estão
baseadas em uma conta de valor (custo-benefício) que fazemos na cabeça o tempo
todo, e a responsabilidade social, embora as pesquisas de marketing indiquem
que sim, ainda não tem grande peso
no lado do benefício; ou mesmo do custo. Acho que as empresas que são
socialmente responsáveis ainda não conseguiram transformar essa característica
em um atributo tão sexy quanto design, por exemplo, e por isso acaba preterida
como fator de decisão de compra.
Mas não precisamos esperar as
empresas evoluirem sua estratégia de branding. Podemos nós mesmos, como consumidores,
refletir sobre as marcas e produtos que consumimos, o que é importante pra nós,
e como podemos votar com nosso bolso por melhores práticas.
Se não sabe por onde começar, veja
como está o trabalho escravo no varejo de moda (baixe o app Moda Livre em seu
smartphone pela App Store ou Google Play), ou conheça as empresas de cosméticos
que não fazem testes em animais (http://www.pea.org.br/crueldade/testes/naotestam.htm).
Pesquisei por listas de empresas
com carbono zero, frigoríficos que respeitem o bem estar animal entre outros,
mas não encontrei mais nenhuma relaçào valiosa. O que se tem são rankings de
"empresas mais sustentáveis". Mas esse título não nos permite
tangibilizar o benefício que a empresa gera (embora saibamos que é real), então
não nos conectamos. Se souber de mais alguma lista ou fonte relevante sobre o
assunto, por favor compartilhe aqui conosco!