sábado, 23 de janeiro de 2016

Votando com o bolso

Outro dia vi uma notícia que relatava o uso de trabalho escravo em fábricas de smartphones. E pensei: "como existe escravidão até hoje?". Pois é. Ainda convivemos com esta e milhares de outras barbaridades por aí. Os casos dos varejos de moda são famosos. Zara, Collins, Gregory e recentemente Riachuelo (só pra citar exemplos brasileiros) tiveram seu nome envolvido com trabalho escravo, pela prática exercida por seus fornecedores diretos.

Mas a pergunta que eu me fiz estava errada. A certa é: "Como podemos ajudar a mudar esse cenário?". Se você não quiser fazer dessa uma cruzada na sua vida (o que seria demais! Imagina você ser responsável pelo fim da escravidão? Demais.), você pode votar pelo fim das práticas. É só parar de comprar dessas marcas.

E se você pensar "mas se eu deixar de consumir vai fazer alguma diferença? Compro 2 calças por ano, isso não quebra ninguém", lembre-se que você não deixa de votar para presidente, mesmo o seu sendo 1 entre 141 milhões de votos. Estamos falando daquele barulho silencioso das massas, cujo som não pode ser ouvido se o grito sair sozinho, mas que estoura tímpanos e muda culturas se o coro for forte.

Nossas decisões de consumo estão baseadas em uma conta de valor (custo-benefício) que fazemos na cabeça o tempo todo, e a responsabilidade social, embora as pesquisas de marketing indiquem que sim, ainda não tem grande peso no lado do benefício; ou mesmo do custo. Acho que as empresas que são socialmente responsáveis ainda não conseguiram transformar essa característica em um atributo tão sexy quanto design, por exemplo, e por isso acaba preterida como fator de decisão de compra.

Mas não precisamos esperar as empresas evoluirem sua estratégia de branding. Podemos nós mesmos, como consumidores, refletir sobre as marcas e produtos que consumimos, o que é importante pra nós, e como podemos votar com nosso bolso por melhores práticas.

Se não sabe por onde começar, veja como está o trabalho escravo no varejo de moda (baixe o app Moda Livre em seu smartphone pela App Store ou Google Play), ou conheça as empresas de cosméticos que não fazem testes em animais (http://www.pea.org.br/crueldade/testes/naotestam.htm).


Pesquisei por listas de empresas com carbono zero, frigoríficos que respeitem o bem estar animal entre outros, mas não encontrei mais nenhuma relaçào valiosa. O que se tem são rankings de "empresas mais sustentáveis". Mas esse título não nos permite tangibilizar o benefício que a empresa gera (embora saibamos que é real), então não nos conectamos. Se souber de mais alguma lista ou fonte relevante sobre o assunto, por favor compartilhe aqui conosco!